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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Luis Rosa

    Sempre trabalhei só, até, então, era dia 14 de Março de 2004, ele chegou com seu jeito triste, desesperado, autoritário, com sua desesperança que me fazia buscar em mim o que não tinha para lhe dar, tem momentos, que a gente não tem nada em si para dar, é o momento que estamos vazios, estava, então fechando a bicicletaria, o seu Luis veio com sua revolta, e, não era para menos, sempre trabalhou e quantas casas construiu, quanto então produziu com suas mãos, e estava ali, sem dinheiro, sem ólhos, sem esperança, sem familia e desconfiado do amigo que ali estava, mas este amigo fazia um trabalho Vicentino que ele não compreendia, mas naquele anoitecer ele queria se matar e por mais que conversei não consegui demove-lo da sua decisão, no fundo eu sabia que êle não faria isso.
      Tive receio como Vicentino que, naquele momento não teria força e nem palavras para conforta-lo, mas falei uma porção de coisas que naquele momento me veio à mente: "A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor  o levantará e se ele tiver pecados, será perdoado" Tiago 5,15, tambem náquele momento me apeguei com nosso Beato Ozanam que intercedesse naquele momento por nós, houve uma calmaria, gostaria de te-lo levado para casa: Pensei naquele momento da simplicidade de aproximar-me de Deus; "Aproximar-se de Deus, ou seja, viver no Reino dos Céus expressa-se em uma vida de fraternidade. Esta, porém, não significa a simples prática de uma caridade forçada ou esporádica. Um ato da caridade motivado por sentimentalismo, mêdo de Deus ou satisfação pessoal não é expressão de amor, cria depedência e acaba caindo no vazio." Padre Beto/JC.21/12/2003 www.padrebeto.com.br
       O seu Luiz não se despediu, saiu na noite, atravessou a rua sem ólhos e sem sentido, seu corpo alto, negro esguio se foi na escuridão da noite sem lua. Ficou, sim a dor em mim de ve-lo ir.
       No dia 01 de Abril ele conseguiu dar entrado na sua aposentadoria, que alegria tomou conta do seu ser!, Com o passar do tempo ele voltou a sentir-se o Luisão como era chamado quando mais jovem, a vida fluiu e com o que recebia da aposentadoria mantinha, então, seu barraco, sua vida, sua alegria, mas sua conversa comigo era sempre uma conversa que o fazia dependente de me ver como benfeitor, não fui mais visita-lo.
       Tenho saudade, quero ve-lo novamente, ele vive!
                                                                                    P.Ramos
                                                                                    27Jan.2010